Talvez esse seja o lugar mais deslumbrante da Polônia, com a catedral mais linda que já vi até hoje. Já desde o século VIII, na Colina de Wawel, existia um forte defensivo da tribo dos Vistulanos, próximo ao Rio Vistula (uma das muitas tribos Eslavas ocidentais, como Casubios, Morávios, Polanos, Silesianos e Sórbios, esses absorvidos na região Leste da Alemanha). No século X, Wawel se tornou uma das sedes dos príncipes e desde o ano 1000 a sede dos bispos cracovianos. A partir do século XIX foi construído um conjunto sacro-profano de edifícios de pedra de caráter defensivo. Posteriormente, foi ampliado em estilo gótico (século XIV), renascentista (século XVI) e depois barroco.
Há uma escultura do dragão ao lado de fora, o símbolo de Cracóvia (e uns ossos na porta da igreja que eles dizem que seria do dragão). A lenda sobre o dragão de Wawel faz parte das Crônicas Polonorum, do século XII. Ele cuspiu fogo exatamente quando passei:
O castelo sofreu danos na época da ocupação sueca (1655-1657), austríaca – Habsburgo, por 120 anos, da mesma família da nossa imperatriz Leopoldina, esposa do imperador brasileiro Dom Pedro I, ex-Dom Pedro IV de Portugal – e finalmente alemã (1939-1945), quando foi convertida em residência do advogado alemão e governador geral do III Reich na Polônia Hans Frank (logo o Nazismo… tão proletário em essência quanto o Comunismo e que até perseguiu aqueles com título de nobreza na Alemanha – mas quem não gosta de morar bem e ostentar, não é mesmo? 😉
Após a II Guerra o castelo foi restaurado e há um excelente museu ali dentro – que mostra tudo sobre os armamentos, reis, dinastias da Polônia. A catedral é o panteão dos reis poloneses, onde estão nas catacumbas a dinastia dos Piast (como o famoso Kazimierz ou Casimiro III), Jagellones, Wasa e heróis nacionais.








Ao longo dos séculos IX e X, Cracóvia esteve sob influência da Morávia, caindo logo sob o domínio da Boêmia. Em 965, celebrou-se o casamento da princesa boêmia Dobrava com o duque Mieszko, da dinastia Piast, chefe dos povo eslavo Polano e residente em Gniezno, capital da Grande Polônia. Com essa união, a sorte de Cracóvia vinculou-se a da Polônia. Além disso, a conversão de Mieszko ao Cristianismo fez entrar a Polônia na área da tradição Cristã Latina. Após a morte de Dobrava, Mieszco apoderou-se do Estafo de Cracóvia e cedeu-o ao seu filho Boleslau, que uniu esse território (conhecido então como Pequena Polônia, Malopolska) à Grande Polônia e criou uma única Monarquia.
Imagens que fiz da Catedral de Wawel:
Kazimierz (Casimiro III – 1333/1370), último soberano da dinastia Piast, começou para Cracóvia um período de grande prosperidade, fundando a universidade e uma cidade fortificada chamada homônima, Kazimierz, que com o tempo foi absorvida por Cracóvia. Sua sobrinha neta, casou-se com o duque lituano Jogaila, formando assim uma nova dinastia, a dos Jagiellon o período de máxima potência militar e de prosperidade econômica.

Em 1535, Alberto de Hohenzollern, o último Grande Mestre da Ordem Teutônica e primeiro duque da Prússia rendeu homenagem ao rei Sigismundo I Jagiellon – reconhecendo sua supremacia. Entre final do século XVI e XVII, o rei Sigismundo III Vasa, sueco, transladou a capital de Cracóvia para Varsóvia. Cracóvia, porém, continuou a coroar na sua catedral os reis poloneses.