E há quem estranhe meu longínquo interesse pela cultura eslava (um interesse que inclui antigas religiões eslavas também, pouco conhecidas, já que sempre me interessei por mitologia comparada e religiões politeístas). Esses dois museus são uma resposta. O primeiro em Varsóvia, o Museu Etnográfico, próximo aos Jardins Saxões, expõe trajes tradicionais, enfeites, rendas, artesanato, mostra a variedade dos padrões típicos nos tecidos, além de instrumentos musicais típicos da Polônia e de reproduções em bonequinhos de danças típicas de várias regiões do país.
Eu não vi menção a isso em ambos os museus, mas sempre me interessei por divindades eslavas como Perun, Svantevit e um conhecido por poucos, exclusivamente pomerano: Triglav. Foi por intermédio desse livro, A Bibliography of Slavic Mythology, que o meu interesse por eslavos ocidentais (na Polônia, Prússia e Lusácia) começou, há muitos anos. E esse outro título, Wendish Mythology: divinities and religious traditions of the western slavs, também, deveras interessante: excelente livro de uma grande editora que não existe mais, a Runa Raven Press.
Algumas imagens do Museu Etnográfico e Arqueológico de Varsóvia, incluindo a confecção dos ovos poloneses, comuns na Páscoa, a exemplo do que ocorre em outros países também, como Alemanha, Ucrânia, Lituânia, Rússia etc:
O segundo está em Gdansk. É o Museu Arqueológico Estatal, que conta a história dos povos na região da Pomerânia do Leste e mostra alguns belos utensílios, além de joalheria dos godos (o que me interessou porque na minha monografia de conclusão do curso de Jornalismo, em 2002, abordei um pouco da história desse povo – pra quem não sabe, por conta do tema que havia escolhido). Nesse museu, quando eu comentei que o Brasil é o único país no mundo onde se fala dialeto pomerano, eles ficaram muitíssimo surpresos: me garantiram que ninguém, há mais de século, fala mais essa língua nem na Polônia e nem na Alemanha.
