Bom, antes de comentar sobre as encantadoras Linhas Babenberg e Pinhal, vou falar sobre como chegar a 13 Tílias (Dreizehnlinden), já que o acesso à cidade não é tão fácil como em outros locais de Santa Catarina. A distância de caro de Florianópolis (a capital) a 13 Tílias é de cerca de oito horas e, portanto, o município de origem austríaca está localizado no lado oeste do Estado. Viajamos de avião de Brasília ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, creio que em um voo doméstico da companhia aérea Azul, e de lá até o aeroporto da cidade catarinense de Chapecó, onde alugamos um carro e fomos a 13 Tílias, em um percurso de quase três horas. Deve ser por esse motivo que 13 Tílias não recebe tantos turistas quanto Pomerode, Blumenau, Florianópolis ou outras cidades de Santa Catarina: por conta da distância, por estar mais isolada. Destaco aqui que a qualidade das estradas é muito boa e a vista ao longo do trajeto é maravilhosa.

Agora, voltando ao assunto principal desse post, vou falar sobre atrações nos arredores de 13 Tílias que merecem um dia de visitação. Ao longo dos dias em que estive na cidade, visitei duas “linhas” (designação usual dada a comunidades rurais na região sul, além do termo “picada”) no interior de Treze Tílias: Linha Babenberg (austríaca) e Linha Pinhal (italiana).

No ano de 1934, a cerca de nove quilômetros do centro de Treze Tílias surgiu a primeira comunidade de interior, chamada de Linha Babenberg. Os imigrantes austríacos se deslocaram primeiro à Linha Babenberg. Com solo muito fértil, a área era utilizada para a agricultura e no local construiu-se uma pequena igreja e uma escola. Atrás da igreja está o cemitério, sobre o qual falarei em um outro post. A área conta também com uma trilha maravilhosa para caminhada no meio da mata, com referência a Via Crucis. Próximo ao início da Via Crucis, há uma Gruta com Nossa Senhora Aparecida (onde, dizem, que muitas graças são concedidas), com diversos bancos à frente, tudo no meio da mata. Cenário perfeito: uma mata fechada com tons de verde musgo, muita neblina, um cemitério sinistro, a trilha de caminhada da Via Crucis mais sinistra ainda. Parece cenário de um filme…

Hoje, Babenberg conta com um pequeno Centro de Eventos, onde são realizadas as festas de Dia das Mães e de Nossa Senhora Aparecida (celebrada em 12 de outubro). Em ambas as festividades é realizada uma Romaria que tem como ponto de partida a Igreja Matriz de Treze Tílias e segue rumo à comunidade, onde é realizada uma Missa na Gruta.

Linha Pinhal

Em seguida, conheci a Linha Pinhal, que também fica próxima a 13 Tílias. No ano de 1940, chegaram os primeiros moradores de Linha Pinhal: famílias de origem italiana provenientes do meu Estado, o Rio Grande do Sul. Eram as famílias Ferronatto, Zanella, Acrisio e Barbieri, cujos descendentes ainda moram no local e falam em dialetos do Norte da Itália, como o Vêneto. Em frente à igreja italiana há esse monumento em homenagem às famílias fundadoras:

Em 1946, o ensino primário foi iniciado em uma das casas da comunidade, o que prosseguiu até o ano de 1959, quando foi construída a Escola Estadual Linha Pinhal. A igreja local foi construída em 1952, com o nome de “Nossa Senhora da Saúde”, sendo ornamentada com pinturas sacras de Karl Neumayr.

Em Linha Pinhal são realizadas diversas festividades que destacam a cultura, a gastronomia e costumes italianos, com destaque para o “Jantar Italiano” e a “Festa de São Brás”. A gastronomia é um capítulo à parte, que merece um post exclusivo. Adianto, porém, que os moradores de Linha Pinhal (todos produtores rurais) oferecem degustação das comidas e bebidas que também são vendidas em suas propriedades rurais: salame, queijos, vinhos branco e tinto, geleias, doces em compotas, pepinos em conserva, grappa (uma espécie de cachaça italiana), campari artesanal, molho de tomates, licores etc. Tudo produzido e comercializado por eles, tudo fresco, orgânico, artesanal e delicioso, que eu irei mostrar em um próximo post.

E umas imagens adicionais de Linha Babenberg e Linha Pinhal: