Sobre

Minha geladeira, com um repositório de ímãs e cartões postais adquiridos em viagens

Link para o arquivo de minha monografia sobre turismo e imaginário do Brasil no exterior. Há fotos de antigas campanhas publicitárias e mapas e ilustrações raros:

Blog de viagens, por puro hobby, de uma jornalista de 47 anos que ama viajar nas horas vagas. Nasci no sul do Brasil e me criei em Brasília. Aprecio turismo histórico, cemiterial e gastronômico – gosto de conhecer a cultura local através da comida (seja em um restaurante simples ou sofisticado) e do patrimônio cultural material e imaterial de cada localidade pela qual me aventuro.

Resolvi criar esse blog pelos constantes incentivos de meu esposo e demais pessoas a meu redor, que acreditavam que eu estava perdendo tempo em publicar minhas fotos e impressões de viagem somente nos meu perfis pessoais das minhas redes sociais. 

Aqui o enfoque não será o turismo voltado a compras, por exemplo, sei lá… Em Nova Iorque (nada contra quem goste, mas definitivamente não é minha preferência, pois posso muito bem comprar o que quero na Internet ou na cidade onde resido) e nem o turismo de aventura (nada contra quem goste também, apenas eu não sou de me aventurar em programas radicais como escalada de montanhas e vulcões, trilhas praticamente impossíveis etc).

Nunca fui, também, mochileira. Gosto de ter o mínimo de conforto e, quando possível, aprecio, sim, sofisticação, estar hospedada em um bom hotel, jantar em ao menos um restaurante de alta gastronomia em cada cidade para a qual viajo: enfim, desfrutar do que o capitalismo tem a oferecer de bom (e por que não?). O que é natural, pois, se nunca tivemos um determinado perfil, nem durante a juventude, não é aos 46 anos que iremos mudar nossa personalidade. A tendência é que nos tornemos mais exigentes com o passar dos anos – e assim tem sido comigo. Por outro lado, gosto de conhecer a cultura popular, os saberes e fazeres tradicionais de cada povo, o que chamam (pejorativamente, às vezes) de folclore, as celebrações populares e religiosas.

Meu prazer em viajar tem início antes do check in, quando me delicio em pesquisar em detalhes sobre o destino escolhido, ponderando cuidadosamente na escolha de um roteiro perfeito. Organização é viciante para mim. Viciante é, ainda, colecionar ímãs de geladeira, quase sempre adquiridos nas viagens, lembranças, histórias – daí o nome que escolhi para o blog, bem como presentear minha mãe, pianista e musicóloga, com um CD de música sacra, erudita e/ou popular, representativo de cada itinerário das minhas viagens.

Sou encantada por Arte Sepulcral, funerária, tumular, necrópoles. E aqui pretendo dedicar um bom espaço a esses lugares fantásticos que guardam as memórias daqueles que um dia construíram cidades, reuniram uma coleção de trabalhos das marmorarias – o que consolidou uma atividade de comércio entre os séculos XIX e XX – disseminando, através de Epitáfios, diferentes línguas e culturas. Mostrarei alguns dos cemitérios que visitei.

Já viajei a vários países, mas aqui vou publicar o que tenho registrado em mídias sociais ao longo dos últimos seis anos. Se eu pudesse viajaria ao menos a cada seis meses, mas como isso não é possível (e também sou muito caseira, adoro estar no meu lar) procuro conhecer lugares nos feriados e férias, sempre que possível.

Prefiro, sobretudo, viajar pelo Brasil e confesso que “redescobri” ainda mais a diversidade da cultura brasileira após meu casamento. Meu marido é estrangeiro (alemão que residiu por muitos anos na Austrália) e se mudou definitivamente para Brasília em 2016. Entre adaptações (e choques) culturais, fiz questão de mostrar a ele uma parte considerável do País e muito do chamado “Brasil Profundo”: o meu Estado Rio Grande do Sul, com a mistura das culturas gaúcha, italiana, alemã e afro-brasileira; Santa Catarina e Paraná, onde as presenças alemã e italiana, além da eslava, se destacam; no Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e o Barroco de Minas Gerais – que é a alma do Brasil; Brasília, é lógico, onde residimos, e as belezas de Goiás, em locais como Pirenópolis, Chapada dos Veadeiros e Goiás Velho, além de Bahia e Pernambuco, com seu legado colonial da Holanda e de Portugal. Em um país continental como o Brasil, é claro que há muito para conhecer (e maravilhar-se) e é esse fator que impressionou o meu esposo ao longo dos anos, que confessa que desconhecia a diversidade do Brasil e o associava a clichês, “lugares comuns”, estereótipos – o que é, aliás, de praxe no exterior.

Assim, eu pude, nesse exercício diário e árduo de tentar traduzir um país tão complexo e mal interpretado a um estrangeiro, ter o prazer de redescobrir cada cidade, região, estado de um Brasil que lá fora (e aqui mesmo, por falta de visão) é reduzido a “turismo de miséria humana” (tours em favelas), a roteiro de sol e praia (o litoral, principalmente o onipresente Rio de Janeiro), a visões negativas (e, não raro, caluniosas) da mulher brasileira, de qualquer etnia e classe social, futebol e a uma ideia fixa (quando não arrogante e interventora, quase um neocolonialismo disfarçado de discurso pós-colonialista) sobre a Amazônia. Tudo aqui enumerado nesse parágrafo me fez refletir ao longo dos anos, somado a constantes observações desagradáveis (ou desinformadas) de estrangeiros, que tive o descontentamento de testemunhar – e sempre contestar, me levaram a escrever essa monografia de pós-graduação em Gestão da Comunicação nas Organizações, pelo Uniceub, em Brasília: minha humilde contribuição para despertar reflexões acerca da construção de estereótipos sobre o Brasil e o porquê de o turismo no País ser tão pouco aproveitado enquanto propulsor até mesmo de geração de renda e desenvolvimento econômico.

Nesse trabalho, “Para Inglês Ver: o Brasil entre a idealização estrangeira dos trópicos e as estratégias de comunicação da EMBRATUR” (que me envolveu em uma vasta, porém gratificante pesquisa), me oponho claramente, por exemplo, ao Slumming (outro nome para turismo de favela) e inclusive à Leyenda Negra, que consolidou muitas visões distorcidas, desprovidas de neutralidade, ainda imperantes nos quatro cantos do mundo, sobre a colonização ibérica nas Américas. 

Creio que falei bastante sobre mim. Esse blog não terá, necessariamente, uma atualização constante. A periodicidade poderá variar, dependendo do que sinta necessidade de ponderar, das dicas de viagem que queira transmitir ou das viagens que faça no decorrer dos meses e anos.

Use o Google Translator, ferramenta disponível aqui no blog, caso seja estrangeiro, não fale português e tenha o sincero interesse de visitar um Brasil para muito além do que o senso comum qualifica como brasilidade – ou ainda de aproveitar os posts com experiências e dicas sobre países que visitei.